O post de hoje é uma atividade da faculdade, ficou tão foda e interessante (apesar de longo) que eu resolvi postar a pergunta e a resposta aqui, me facilitando o trabalho de criar uma postagem nova. Sim, pode me chamar de preguiçoso.
Primeiro nos foi dado um texto para analizar:
"Golpe no fechamento de ruas
26 de setembro de 2011 | 3h 06 O Estado de S.Paulo
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual moradores de vilas criadas com o fechamento de ruas não são obrigados a pagar taxas de condomínio, porque isso é inconstitucional, abre caminho para acabar com abusos que se vêm espalhando rapidamente nos últimos anos, principalmente nas grandes cidades. Se outras decisões como essa - que se refere a um caso específico do Rio de Janeiro - forem tomadas pelo STF, como tudo indica que acontecerá, estará firmada jurisprudência que vai orientar julgamentos em todos os outros tribunais.
A prática tanto do fechamento de ruas como da formação de condomínio em loteamentos, contra a vontade de muitos moradores, vem de longe. Na capital paulista, leis e decretos municipais, baixados entre 1991 e 2009, permitiram a difusão dessa prática. Existem hoje em São Paulo mais de 300 ruas fechadas, o que é feito com a justificativa de que se trata de medida destinada a melhorar a segurança dos moradores da área, que na prática se transforma numa vila.
O fechamento exige a instalação de grades e cancelas automáticas, além da contratação de pessoal para fazer a segurança - controlando a entrada e saída de pessoas e veículos - e a limpeza do local. Tudo isso tem um custo, que as associações criadas para gerir tais vilas querem repassar a todos os moradores, filiados ou não a essas associações. Essa prática se repete em loteamentos como o da Granja Carneiro Viana, em Cotia, que ficou conhecido em 2008, quando moradores que se recusavam a arcar com as despesas de segurança e limpeza, por não serem membros da associação que decidiu que aquele seria um condomínio, foram considerados inadimplentes e acionados judicialmente.
Na ocasião, uma moradora teve sua casa penhorada pela Justiça por causa de uma dívida de R$ 57 mil. A situação chegou a tal ponto que moradores descontentes criaram a Associação das Vítimas de Loteamentos Residenciais do Estado de São Paulo (Avilesp), para defender seus interesses. Apesar dos esforços da Associação, a situação continua a mesma, pois uma moradora de loteamento também em Cotia recebe, desde 1992, cobrança de taxa de condomínio referente a dois lotes de 350 m², como mostra reportagem do Estado. "Até hoje, mandam boletos cobrando R$ 1,9 mil por mês", diz ela. Seu caso está na Justiça.
Antes da decisão do STF, a probabilidade de essa moradora perder a causa era muito grande. Os Tribunais de Justiça de São Paulo e do Rio Janeiro entenderam até agora que todos os moradores, mesmo os não pertencentes às associações, têm de pagar as taxas, porque usufruem dos serviços por elas prestados. Não contribuir configuraria, em última análise, enriquecimento ilícito. Agora, a situação pode mudar até mesmo para os que acharam melhor pagar as taxas para evitar maiores aborrecimentos. Segundo o promotor de Habitação e Urbanismo José Carlos de Freitas, "todos os que foram cobrados têm condições de ingressar com pedido de ressarcimento".
Tudo indica que estamos perto de acabar com uma das situações mais odiosas criadas nas grandes cidades nos últimos anos, que na prática significa a privatização de espaços públicos, no caso do fechamento de ruas. Tanto nesse como no caso dos loteamentos transformados arbitrariamente em condomínios, o fim da obrigatoriedade de pagar taxas, para os que não pertencem às associações, tende a enfraquecê-las e levá-las a desistir da pretensão absurda de assumir, na prática, funções de segurança e controle de espaços públicos, que são privativas do Estado.
O ideal é que o passo seguinte seja o fim das leis e decretos municipais que possibilitam o fechamento de ruas. Nada justifica essa prática. O argumento de que ela garante maior segurança aos moradores daquelas áreas é inaceitável. No dia em que se admitir como legítimo que uma minoria pode se defender da violência à custa do direito da maioria, a cidade regredirá à lei do salve-se quem puder. Esta não é, nem de longe, a maneira correta de tratar do problema da segurança pública."
Fonte:http://estadao.jusbrasil.com.br/noticias/2847404/golpe-no-fechamento-de-ruas
Como dá pra ver, é uma matéria tendenciosa. Olha só a pergunta seguida da minha resposta:
"Na sua opinião, como Gestor imobiliário e cidadão os loteamentos fechados são interessantes para a cidade ?"
Comercialmente falando, o loteamento fechado é interessante
SIM para os MORADORES e clientes interessados em adquirir imóveis localizados
nesses locais. Mas, o politicamente correto nos leva a responder que não, que
não se deve fazer tal coisa, que é um absurdo jurídico e moral, pois as pessoas
são vítimas de extorsão por parte das administradoras desses condomínios, e que
a segurança pública, limpeza e manutenção dos espaços públicos é uma
prerrogativa exclusiva do poder público.
Entretanto, o poder público está falido. A segurança pública
está falida. Saneamento básico nesse país, está falido. Tudo hoje em dia é
privatizado. Saúde, educação, segurança, previdência social, tudo. O estado
brasileiro, em todas as suas esferas, é incapaz de proporcionar os serviços os
quais é obrigado e que cobra muito caro por tais serviços em forma de impostos.
Então, analisando friamente essa questão, os Loteamentos
Fechados são interessantes para o poder público municipal, pois não precisaria
arcar com despesas relativas a saneamento básico; para o poder público estadual
pois não precisaria investir em segurança pública pois economizaria nos gastos
com rondas ostensivas, dentre outros; ao poder público federal pois continuaria
arreacando impostos referentes a circulação de serviços, eletricidade,
telefonia e vários outros. Ao cidadão, ao se deparar com a situação do poder
público e que deseja proporcionar conforto e segurança a si e aos familiares,
volto reafirmar que é interessante o loteamento fechado. Portanto, à cidade, é
interessante SIM manter os loteamentos fechados, mas o custo disso é o
cidadão/contribuinte pagar em duplicidade pelos serviços públicos, pois para se
ter qualidades é preciso contratar empresas privadas.
É um quadro ruim? Sim, é. Como mudar? Use seu título
eleitoral como um instrumento de cidadania, não como uma piada de mau gosto.
Conscientize a si mesmo e com quem convive. Seja atuante politicamente,
desenvolva pensamento crítico e busque se informar, ao invés de só ver novela e
se acomodar.
E aí? Discorda? Concorda? Sem corda?
Discordo em partes da resposta proposta....
ResponderExcluirComo proprietária de um imóvel sito em uma rua que posteriormente viria a ser fechada eu me sentiria aviltada em ter que pagar em duplicidade o que já pago em impostos, então não consideraria bom!
Como cidadã da cidade também não consideraria bom, pois seria conivente com a omissão do Estado em prestar seus serviços mais básicos, e isso fere meus direitos constitucionais e também minha integridade.
O que tais pessoas deveriam fazer é organizar-se para, ao invés de retirar do Estado a responsabilidade com segurança, saneamento, etc..., exigir a prestação que lhes é devida....
É mais fácil se organizar para ser conivente do que se organizar para exigir seus direitos!
Eu discordo da resposta proposta.
ResponderExcluirPrimeiramente, fechar a rua e fazer uma vila fechada e cobrar dos moradores só poderia ser feito, na minha leitura da situação, se todos concordassem explicitamente com tal medida. Da mesma forma que as pessoas que compram apartamentos em condomínios e escolhem de livre e espontânea vontade pagar o dito encargo.
Agora, fazer isso sem que todos os moradores concordassem é um ato contra a liberdade daquela pessoa. Aumenta a segurança? Sim, mas a pessoa têm de escolher, não ter algo sendo imposto a ela só porque ela mora dentro da região pretendida.
Gostei muito da matéria! Parabéns!
ResponderExcluirAproveito e indico o site www.cemara.com.br . O pessoal de lá tem muita experiência de mercado e pode tanto tirar dúvidas, como apresentar ótimas oportunidades! Recomendo!